Fellet com Fritas: Deus

24 jun | 1 minuto de leitura
Fellet com Fritas
Foto: Dudu Mazzei

Em entrevista ao Jô Soares, o médico e escritor Drauzio Varella – de quem sou fã – disse ser ateu, justificando que não consegue pensar em um velho com um cajado decidindo o destino das pessoas.

Para um cientista formado pela USP, além de autor de livros tão elucidativos, como “Estação Carandiru”, que recebeu o Prêmio Jabuti na categoria “não ficção” em 2000, achei a concepção de Deus um tanto rudimentar.

A matéria de que os organismos são feitos: desde a polpa de um kiwi à estampa do pelo dos tigres. A intuição dos gênios da Ciência e Medicina, os quais, através de invenções e descobertas, facilitaram a vida da humanidade vindoura. Os fenômenos climáticos. Isso sim me parece um esboço (também simplista) de Deus.

Se há sons inaudíveis aos ouvidos humanos, seres invisíveis a olho nu, nem por isso, podemos desprezar-lhes a existência. E, mesmo com a evolução tecnológica sempre avante, ela que nos permite clonar, congelar óvulos, fazer reprodução artificial, somos incapazes de materializar sequer uma pulga.

Uma pulga, afinal, não é tão elementar quanto parece. Que dirá Deus.