Fellet com Fritas – O que é felicidade?

18 set | 1 minuto de leitura
Foto: Dudu Mazzei

“Detesto excursão, porque fica todo mundo feliz segurando umas bandeirinhas.” – disse-me um primo certa vez. Embora eu não goste tanto de programação em grupo, prefiro viajar através desses pacotes de agências de turismo para me poupar de burocracias e, consequentemente, levar só o corpo para usufruir de tudo o que um passeio tem a oferecer. Fora isso, produzo muito mais substâncias da felicidade nos momentos solitários.

Por que a alegria está sempre associada a agito, música alta, aglomeração, milhares de pés descalços pisando a areia ardente ou a grama úmida em itinerários aleatórios? Quem é que tem autoridade para estabelecer a medida do que é ser feliz como o crítico de artes que assegura: “só Monet é bom”? Felicidade é tão exclusivo quanto a fé e o amor de cada um. Não dá para tratar esses sentimentos da forma global como a Medicina faz com os órgãos do nosso corpo.
Ter um paladar novo despertado por alguma memória gustativa, tomar banho sob a temperatura exata que nos refresca ou aquece, ouvir um testemunho de enfrentamento, olhar combinações da moda na vitrine, cheirar livro, ouvir o balé das folhas secas raspando o asfalto… Debaixo da crosta da rotina, há camadas com abundância de felicidade. Quem topa ser o extrativista?
Se para alguns a felicidade é um lugar no futuro que depende de várias estratégias para ser colonizado, tento vivenciá-la pelo menos uma vez ao dia com os recursos que tenho em mãos. Felicidade, afinal, pode ser um dia terminando bem com as emoções domadas e o organismo funcionando em suas plenas condições. Sem mais.