Eu faço a Mostra de Cinema de Tiradentes

30 jan | 2 minutos de leitura

ombrelo entrenimento juiz de fora Mostra de Cinema de Tiradentes

Ela tinha apenas 12 anos quando a vi pela primeira vez. Foi paixão de cara. Apesar disso, nesse primeiro momento, o encontro não durou mais do que um dia. Mas foi o bastante para que eu nunca mais a largasse. Sim, foi desses amores que a gente fica lembrando, pensando, e, quando chega a hora de ver novamente, a ansiedade pulsa forte.

Foi a Laura quem me apresentou. E foi o Thi quem me fez insistir e entender esse romance. Eu a vi crescer. Amadurecer. Acompanhei cada passo dado por ela. Foram muitas salas de cinema juntas. Cinema na praça, inclusive. Eu ri, chorei, aprendi e descobri muito com ela. Foram emoções de todos os tipos, como todo grande amor.

Quando ela fez 14 anos proibiram nossas noites de violão e luar no Chafariz de São José. Foi horrível esse momento, mas depois disso começaram a surgir festas na casa de amigos e suprimos essa vontade que tínhamos de não deixar a noite acabar na tenda. Dormir era perda de tempo. Foi com ela que descobri que amar é mesmo insano, depois de passar a ponte e ser sugada pela famosa Casa com o quadro da Monalisa.

Ela foi crescendo. Não era só eu que me apaixonava. Através dela eu conheci a Mariana Ximenes, Selton Melo, Antônio Pitanga, Camila Pitanga, Babu Santana e tantos outros artistas. Ela me levou para escutar tantas bandas – desconhecidas na época – e que atualmente eu sou completamente viciada, que algumas músicas quando tocam ainda hoje eu só me lembro dela.

A parte ruim é que eu só consigo tê-la uma vez ao ano. Em janeiro, antes do carnaval. Depois ela some. E a saudade dura o resto dos meses. Saudade daquele clima, do ar que fica totalmente diferente, dos jantares inigualáveis em restaurantes incríveis, dos mojitos na Casa Azul, do pagode com a Ana Cláudia e o Mauro, dos debates sobre filmes, da nossa casa chique no estilo Manoel Carlos, de tudo. Ela respira cultura.

Em 2018, eu fui mais uma vez atrás dela. Não consigo resistir. De novo ela estava linda, bem produzida e emocionante. Um pouco diferente de quando tinha 12 anos, claro. Com 21, ela já está toda independente. Mas, ainda sim, ela encanta.

Eu sou apaixonada pela Mostra de Cinema de Tiradentes há 9 anos. E não tenho nenhuma intenção de não estar lá novamente nos próximos anos, tirar a tradicional foto na tenda e postar nas redes sociais que #EuFaçoAMostra, desde 2009.


Jornalista.