Grupo de teatro juiz-forano promove Oficina de Montagem

12 jul | 5 minutos de leitura

Teatro é mais que preparar o corpo para a cena

Sair do seu corpo, interpretar outra pessoa. O teatro permite várias possibilidades de vidas, de experiências e contatos. CONTATOS. É essa experiência que o grupo Corpo Coletivo quer passar para o público. Diversos sentimentos expressados dentro de um espaço de mais de 200m², OAndarDeBaixo.

O espaço é totalmente aberto e que em cada cantinho você encontra um detalhe que encanta. Essa sensação de liberdade e poder de criação entra com você assim que seus pés cruzam a porta de entrada OAndarDeBaixo. Cheio de formas de arte, o espaço cativa qualquer coração puro e alegre que entra no local.  

Lá, conversamos com Vinícius Cristóvão, ator, integrante do grupo Corpo Coletivo e um dos fundadores do OAndarDeBaixo. Vinícius, que trabalhou durante três anos no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro, junto com Carú Resende e Hussan Fadel fundaram o Corpo Coletivo e OAndarDeBaixo.

Com seis anos de Corpo Coletivo e dois anos e meio de OAndarDeBaixo, o grupo já produziu diversas peças autorais, ministrou várias oficinas de criação e também de montagem teatral. Começando em agosto, o grupo começa mais um curso: “Teatro Provocativo – Oficina de Montagem Teatral“. O curso, que possui apenas algumas direções dos ministrantes, recebe as pessoas que se interessam por teatro. Então, se você nunca fez uma peça, nunca pisou em um palco de teatro, mas morre de vontade, essa é a sua chance! 

A Oficina 

De agosto a dezembro, a turma irá soltar a criatividade, deixar o interior falar mais alto e explorar todas as possibilidades do ser. Ao final do curso, é apresentada uma peça, que será desenvolvida, montada e produzida pelos participantes. Sem roteiro definido, a peça vai tomando forma de acordo com o andamento do curso. Vinícius explica que o roteiro da peça depende do andamento do curso. “Quando a oficina começa, temos nossas direções básicas de como prossegui-la, mas o resto é com os participantes. Nós vamos provocando e tudo nasce dos participantes. Começamos a discutir local, um possível cenário, personagens. Depois, vamos encaixando o figurino, como a peça vai ser montada, ou seja, é uma peça totalmente autoral e original, e essa é a nossa intensão: trabalhar com “, diz Vinícius. 

O ator conta que, como não há um pré-requisito para se inscrever no curso, há muitas pessoas de diversas áreas de formação. Vinícius conta que como alguns participantes não possuem experiência na atuação, elas acabam ajudando em outros setores, como produção. “Quem não é ator, alimenta o ator, e ele alimenta a vontade do outro de se tornar ator“, poetisa Vinícius. 

 

OAndarDeBaixo

O local nasceu a dois anos e meio com a parceria de Vinícios, Carú e Hussan após uma peça que trabalharam juntos. Depois disso, perceberam que poderiam tirar algo muito maior disso. O trabalho é colaborativo, onde cada um achou seu potencial e auxilia no que é mais forte, seja na atuação, produção. Segundo Vinícius, é um segurando o outro. 

 

OAndarDeBaixo está se tornando, na cidade, um local de referência para a arte alternativa, e segundo Vinícius, um grande parceiro da Funalfa. Hoje, o local, além de receber e apresentar as peças de teatro, é um espaço para manifestações artísticas, como aulas de street dance, aula de dança, professores que lecionam aulas, exposições e também já foi palco de estreias de peças e lançamentos de livros. Vinícius afirma que essa é a intenção d” OAndarDeBaixo. “Percebemos que era necessário abrir o espaço e foi isso que fizemos. Hoje, temos também uma festa mensal que ajuda com o orçamento do espaço. Já recebemos de tudo, de lançamento de livro à flash de tatuagem e nossa intensão é abrir a casa para ser um espaço totalmente alternativo de arte. Estamos conseguindo“, completa Vinícius. 

Todas as peças que o grupo apresenta é autoral ou possui algum toque muito especial. “Nosso trabalho é voltado para o trabalho autoral, nós escrevemos, nós fazemos nossa própria pesquisa, e se vamos fazer uma releitura, nós adaptamos alguma coisa que achamos que será o diferencial”, conta Vinícius.

 

O Teatro Provocativo

Como o tema da oficina é “Teatro Provocativo”, perguntamos a Vinícius o que seria esse formato de teatro. De uma forma encantada, ele explicou que o teatro provocativo é quebrar perspectiva. “Queremos chegar no outro de uma forma que não há mais uma defesa, é o público respirar junto com o ator, é sentir a respiração, o medo, a felicidade da cena. É o público prender a respiração junto com o ator” explica o ator.

Vinícius acredita que o teatro provocativo, que toca na ferida, que faz o espectador olhar no olho do ator, está crescendo devido ao choque de realidade que o brasileiro está tendo. “Estamos enfrentando uma onda conservadora e o público não sabe mais em quem acreditar. Se ele não consegue confiar no externo, ele vai buscar o interno, se conhecer melhor. Algumas vezes, o público pede para ser provocado justamente por esses motivos. Nós precisamos fazer isso da melhor forma possível, porém sempre dentro de um contexto. Não há transformação com o óbvio. Por exemplo, o símbolo d’OAndarDeBaixo é um ralo, ou seja, aquilo que escorre, que é execrado, que ninguém quer olhar. Porém, precisamos olhar para tudo, até as menores coisas. É preciso provocar e conversar sobre“, completa o ator.

 

Atualmente, OAndarDeBaixo está movimentado. Confira:

Oficina Coragem.Presença em PúblicoVinícius ministra a oficina junto com um fonoaudiólogo e foi criada para pessoas que querem desenvolver presença quando estão sob o olhar de outras. As inscrições ainda estão abertas

Teatro Provocativo – Oficina de Montagem Teatral: a oficina é direcionada a todos que amam teatro e querem ter essa experiência. As inscrições estão abertas

Durante o ano, OAndarDeBaixo também vai ser palco de estreias do grupo Corpo Coletivo, vai participar de exibições durante a Campanha de Popularização do Teatro e no meio do caminho, há diversas festinhas. Só conferir na página do Corpo Coletivo e do OAndarDeBaixo.

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