Fellet com Fritas: Vinte dicas para aproveitar 2020
08 jan | 2 minutos de leitura
Por Carolina Fellet
- Perceber que 2020 é data para arqueólogo, pois cada um tem seu calendário particular. Eu, por exemplo, estou no ano 34.
- Lançar um olhar antropológico sobre alguma experiência do dia a dia e fazer valer sua trajetória histórica na Terra.
- No banho, usar sabonete líquido esfoliante em algum fragmento da pele, que é o maior órgão do corpo. A intenção é ativar nosso modo anfíbio e exalar aroma sintético de baunilha por todo o mapa doméstico.
- Em vez de acompanhar 34960956093576 storiesno Instagram todo dia, assistir semanalmente a palestras com bons influenciadores analógicos.
- Usar o aplicativo que permite ouvir o que está tocando na rádio de todos os países do Globo.
- Ir a uma reunião do AA ou NA mesmo se não tiver vício. Pois, ao contrário das redes sociais, as duas irmandades não exigem que sejamos campeões em tudo.
- De vez em quando, principalmente no trânsito, acionar o modo Tim Maia que existe em cada um de nós.
- Reconhecer que, no cancioneiro sertanejo, existe pelo menos uma música que define perfeitamente nosso modo latino de amar o crush.
- Fugir da dieta e experimentar alguma receita nada recomendada à sua classificação etária, como sorvete de chiclete ou brigadeiro com sabor de algodão-doce.
- Substituir 12 horas on-linepor uma incerta no sítio a fim de inalar a fragrância natural do potrinho e desentupir os sentidos do acúmulo de informação.
- Fazer silêncios intermitentes ao longo do dia para se reconectar com sua divindade.
- Questionar o oculto que atuou na gênese do seu corpo/alma e que mantém em dia seus processos biológicos, psicológicos e metafísicos.
- Ir ao cinema para esvaziar seu reservatório de lágrimas e fazer fisioterapia nos músculos da face.
- Inspirar-se com a história de alguém bem próximo. Afinal, não são só as criaturas longínquas as grandes inspirações de humanidade.
- Observar as tecnologias dos gatos e cães.
- Interpretar as mensagens dos voos dos pássaros e recolher o pijama do varal antes do dilúvio apocalíptico.
- Pesquisar as profissões do pós-Quarta Revolução Industrial.
- Ler As Boas Mulheres da China, da autora Xinran (Companhia de Bolso, 256 páginas, R$ 34,90). O livro faz um recorte do limite psicológico de algumas chinesas modernas e foi meu melhor despertar de 2019.
- Agradecer pela integridade física, mental e espiritual pelo menos três vezes ao dia.
- Entender que sucesso vai muito além de dominar operações matemáticas e realizar grandes transações bancárias. Sucesso é da esfera comportamental.