Fellet com Fritas: Para sempre

11 out | 1 minuto de leitura
Foto: Dudu Mazzei

Casamento é assim: no início, cada parte entra com 50% de princípio ativo. Depois, a dupla vira a proporção da cidade à medida que o avião decola.

O tempo passa, surgem as Bodas de Algodão-doce, de Purpurina, de Papel, de Cristal, de Prata, de Ouro até que o marido ou a mulher desejam tornar-se uma ilha de edição para controlar um pouco o que o companheiro fala e faz.

Se antes as diferenças os atraíam, agora elas são incompatíveis. Os fusos são trocados: enquanto ele acorda com as galinhas, ela fica vendo Netflix até as 3h da manhã. Caso uma das partes seja vegana, a outra tem o paladar infantil – pouco importando se isso lhe abreviará a vida em 15 anos.

Casamento é aquele livro cujas dez primeiras páginas são estimulantes, mas depois exige muito do leitor para que ele mantenha as pupilas vigilantes.