Conheça a história do Museu do Crédito Real de Juiz de Fora

16 fev | 3 minutos de leitura

Você conhece um dos espaços mais relevantes de nossa cidade?

Situado no coração da cidade, o Museu do Crédito Real fica no encontro da rua Halfeld com a Getúlio Vargas. Por trás de suas paredes há muita história e muito orgulho para Juiz de Fora. O banco foi autorizado a funcionar no dia 22 de agosto de 1889 e inaugurado em 05 de setembro do mesmo ano. E se você analisar a data, pode lembrar que o Brasil estava passando por vários conflitos.

Com a abolição da escravatura e independência do país, a crise política e econômica se instalou. Vários bancos não resistiram e tiveram que fechar as portas. A instituição juiz-forana foi uma das raras resistentes. Até por volta de 1910, as ações do banco eram controladas pela França. Em 1913, Minas Gerais ficou responsável. Com este marco, a empresa era considerada uma da instituições mais conceituadas até a década de 60.

Em 1990 possuía 150 agências e sete mil funcionários. Funcionou durante 109 anos (1889 a 1998), estando sempre presente na vida econômica nacional, participando de grandes e pequenos empreendimentos. Em 1998, o banco foi privatizado e vendido ao Bradesco.

Prédio

Apesar de ficar em uma da principais ruas da cidade, o banco teve outras duas localizações. A primeira era Avenida Rio Branco, nº 36, e a segunda na rua Halfeld, em um prédio de dois andares. Em 1928, a instituição comprou o terreno onde hoje é a sede.

O projeto foi feito por Luiz Signorelli. A construção foi responsabilidade da Companhia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri. As obras foram iniciadas em dezembro de 1929 e concluídas em junho de 1931. No princípio eram apenas três pavimentos, e depois foram construídos mais dois. O quarto em 1951 e o quinto em 1952. Em 1964, foi criado um projeto para uma instalação bancária no primeiro andar, e em 1974 foi registrada a intervenção no salão nobre.

Nas paredes internas do banco, há pinturas feitas pelo artista italiano Angelo Biggi, responsável também pelas pinturas do Cine Theatro Central e da Associação Comercial. Em 2001, o prédio foi restaurado a mando do Governador Itamar Franco, que nomeou o historiador Roberto Dilly para realizar toda obra.

Museu

O Museu do Banco do Crédito Real foi inaugurado em 1961 por José Tostes de Alvarenga Filho, presidente do estabelecimento, que iniciou sua carreira como contínuo, e Wilson Beraldo, também funcionário do Banco. O Museu do Banco do Crédito Real se tornou o 6º museu do mundo destinado à preservação da memória monetária e bancária, ao lado dos museus do Chase Manhattam Bank, Banco Central da Colômbia, Banco Central do Uruguai, Banco Central da Argentina e Banco Central do Brasil.

Além disso, o Museu do Crédito Real é ponto de referência para quem deseja estudar a história econômica e financeira de Juiz de Fora, de Minas Gerais e do Brasil, além de ter informações sobre operações bancárias do período compreendido entre 1889 e 1998, guardando preciosidades que ultrapassam os limites do interesse da instituição financeira.

Seu acervo é formado por cerca de 10 mil fotografias, filmes, livros; 82 mil documentos, sendo a maioria de empréstimos e financiamentos agrícolas, que se somam a relatórios anuais, livros de atas, balancetes, contas-correntes, carteiras, escrituras e tabelas de empréstimos, notas promissórias, carteiras agrícolas, registros de depósitos, transferências, empréstimos, cheques.

Para quem quiser visitar, o Museu do Crédito Real funciona de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h, disponibilizando seu acervo à visitação pública, com entrada franca, na Avenida Getúlio Vargas nº 455, 1º andar, Juiz de Fora – MG.