Nióbio: o que é, para que serve e curiosidades sobre ele
Por Ombrelo
Afinal, o que o nióbio representa para o país?
Muito se tem falando a respeito do nióbio e de seu potencial econômico para o Brasil. Mas muita gente não sabe nem mesmo o que ele é. Por isso, Ombrelo decidiu trazer algumas informações de maneira bastante objetiva, para que você fique por dentro do assunto. Bora lá?
O que é e para que serve
É um elemento químico, de símbolo Nb. Um metal branco muito resistente a altas temperaturas e a corrosão. Poucos gramas de nióbio adicionados a grandes quantidades de outros metais, como o aço, já garantem maior força contra fraturas e torções. E esse constitui exatamente seu principal uso: a formação de ligas metálicas. É muito empregado na produção de foguetes espaciais, de automóveis, turbinas de aeronaves, em gasodutos, nas indústrias bélica e nuclear. Também em aparelhos de ressonância magnética, lentes óticas, moedas e piercings.
Reservas brasileiras
98% das reservas conhecidas no planeta ficam no Brasil. As que estão em exploração contam com, aproximadamente, 842 milhões de toneladas do metal, que estão avaliadas em cerca de 22 trilhões de dólares, segundo a Superinteressante. E o nosso país responde por mais de 90% das transações mundiais do elemento, seguido por Canadá e Austrália. A maior parte de nossas reservas fica nos estados de Minas Gerais (75%), Amazonas (21%) e Goiás (3%), sendo que as reservas do Amazonas ainda não são exploradas.
A principal mina de nióbio do mundo fica em Araxá (MG). Ela pertence à Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), da família Moreira Salles. A CBMM detém tecnologia e segredos de produção desconhecidos por qualquer outra empresa no mundo.

Poderia elevar o Brasil a país de primeiro mundo?
Exatamente pela abundância e pelo domínio mundial de reservas e de mercado, alguns argumentam que o Brasil poderia mudar de patamar se soubesse aproveitar melhor o recurso.
De fato, há potencial para desenvolvimento de novos empregos para o nióbio. O Brasil exporta-o, basicamente, como matéria-prima, em ligas com outros metais. Enquanto isso, talvez pudesse agregar maior valor a ele e repassá-lo a outros países já em forma de produto ou em um estado intermediário, por exemplo.
Mas não existe demanda superior no mundo, hoje, à que já é exportada pelo Brasil. Segundo a CPRM, o Serviço Geológico do Brasil, as reservas brasileiras em exploração são suficientes para atender às demandas interna e externa do produto pelos próximos 200 anos. Portanto, não existe justificativa para investir na viabilização da exploração das reservas do Amazonas, por exemplo – o que implicaria, inclusive, em desapropriação de reservas indígenas.
Outra ideia bastante comum é a de que o nióbio é vendido por um valor muito aquém do que deveria. E ela também não procede. Para as finalidades em que é utilizado hoje, ele é facilmente substituído por elementos como o vanádio e o titânio. Caso o valor de exportação da tonelada – cerca de 26 mil dólares – fosse inflado, provavelmente os compradores optariam por uma dessas outras alternativas.
Ainda há muito a ser estudado sobre o nióbio, que pode ser muito mais utilizado do que é hoje. E o Brasil pode se beneficiar bastante disso, principalmente no que tange à criação de valor agregado para exportações, o que ainda não é muito tangível. Entretanto, não procede afirmar que o país subiria patamares nos rankings de maiores economias globais simplesmente pelo aumento de exploração e de valor de venda do metal a outros países.
Curiosidades
- Foi descoberto em 1801 pelo inglês Charles Hatchett.
- Seu nome é originado da deusa grega Níobe, filha de Dione e Tântalo. O tântalo também é um elemento químico.
- As ligas que contém o nióbio apresentam alta estabilidade térmica. Essa característica é importante para produção de motores de aeroplanos e para materiais supercondutores.
- Documentos sigilosos divulgados pelo WikiLeaks em 2010 deixam uma pulga atrás da orelha. Eles apontam minas de nióbio em Minas Gerais e Goiás como locais vitais aos Estados Unidos. Os arquivos pertenciam ao Departamento de Estado norte-americano.